terça-feira, 30 de agosto de 2011

A TPM da Irene


Essa tal de Irene estava mesmo com raiva. Saiu do sudeste dos EUA até o nordeste do Canadá quebrando tudo! Começou anunciado (agora tratando no masculino) como um furação de categoria 3, mas rapidinho foi reclassificado como categoria 2 lá pela Carolina do Norte.

Alertas nervosos em todo o caminho previsto ao longo da costa leste dos dois países, mas como tinha um raio anormal de centenas de kilômetros, cobria uma região bem grande. Um em cada cinco estadunidenses foi afetado por ele. A sempre agitada Nova York parou! Os três aeroportos, metro e comércio ficaram fechados. Houve ordem de evacuação nas regiões mais facilmente alagáveis dela e de outras cidades. Quem ficou teve que se preparar: Madeiras nas janelas, lanternas, estocagem de comida e de água potável, etc.

Se tivéssemos ido ao Brasil por Nova York, teríamos o nosso voo de retorno cancelado. Estávamos agendados para irmos de carro nesse final de semana do furacão para Portland, Maine. Mas quando começaram as reportagens, tratei logo de cancelar.

Mais para o sul, a violencia do furacão foi mais forte, mas é uma região menos populosa. À medida que ele se deslocou rumo ao norte, foi perdendo a força devido à temperatura mais baixa e ao adentrar no continente, se distanciando do mar. Em Nova York, os estragos foram menores que o que esperavam, mas ainda assim, alagou partes da cidade, uma parte do metro subterrãneo, derrubou árvores, estragou carros, casas, e causou muitas panes de energia. Saldo: 10 mortes e entre 5 e 7 bilhões de prejuízo nos EUA.

Chegando no Canadá, a Tia Irene já estava mais calma. Chegou aqui como uma tempestade tropical. Sherbrooke recebeu mais chuva e ventos mais fortes que Montréal e Québec. Aqui em Québec, a previsão era de 100mm de chuva e ventos de mais de 100Km/h. Foi muito mais tranquilo que o esperado. Nem teve tanta chuva assim e o vento só chegou a uns 74Km/h. Eu já peguei esse patamar de vento duas vezes nos invernos e achei pior porque como eram nevascas, a visibilidade fica muito reduzida. Também, no meio da semana é complicado, porque algumas vezes as escolas fecham, mas o resto da cidade continua. Já a tia foi camarada e veio mais forte somente na noite de domingo e madrugada de segunda-feira.

De qualquer forma, foi suficiente para derrubar algumas árvores e deixar alguns lares sem energia. Aqui em casa, só teve uma falta de energia de apenas uns 10 segundos mas teve gente que ficou assim por mais de 24 horas. A boulevard Laurier amanheceu com seus shoppings e prédios comerciais sem energia e deve ter passado boas horas assim. No Québec todo, cerca de 180.000 lares foram afetados por panes de energia. Não tive nenhuma notícia de alagamento, mas ainda acho que fizemos uma boa escolha em morarmos longe de rios e em um lugar bem alto.

Nevascas, tempestades, tremores de terra (tivemos o terceiro, que dá uma média de 2 por ano), onda de calor, chuva congelante: Aqui tem de tudo um pouco de fenômenos naturais. Nosso vizinho tem 71 anos e ele disse que o pior que ele já viu acontecer aqui foram alguns galhos grandes de árvore que foram quebrados. Se for assim, esses espetáculos da natureza apenas dão uma pitadinha a mais de emoção nas nossas vidas. Teve muito marmanjo morrendo de medo da Irene!

sábado, 27 de agosto de 2011

Chute Montmorency






Essa é mais uma dívida que eu tinha para com todo mundo, inclusive nós! Como é que pode? Um ano e sete meses morando aqui sem ter conhecido la chute Montmorency/a queda d'água Montmorency? E para piorar, vejo gente que vai conhecê-la na primeira semana de chegada.

Bom, mas vamos lá. É bonito e vale a pena visitar. Ela tem uma parte alta e uma baixa. Ambas possuem estacionamento pago. Pagar um não dá direito ao outro, segundo um amigo meu. O teleférico também é pago e é por trecho e por pessoa.  Xii! Espantei os turistas! O lance é estacionar em cima, descer pelos trocentos degraus da super escada e depois subir de teleférico. Fica menos caro e mais interessante. Nessa página temos os horários e preços.

Além do passeio que pode ser feito eu qualquer época do ano (imagino), tem o festival de queima de fogos que acontece no final de junho e ao longo de julho. É L'International des Feux Loto-Québec. Quem quiser levar comida, tem mesas e cadeiras para o tradicional piquenique, como encontramos em muitos parques, praias e outros locais públicos de lazer daqui. Tem um restaurante no Manoir na parte de cima, e também tem uma lanchonete na parte de baixo, caso a fome aperte de forma imprevista.

Como uma imagem vale por mil palavras e um vídeo vale por mil imagens, paro o blá-blá-blá por aqui e deixo-os com as fotos e o vídeo.





sábado, 20 de agosto de 2011

Película solar


Como vocês já sabem, muitos produtos aqui são mais baratos que no Brasil, mas geralmente os serviços são mais caros. Às vezes, muito mais baratos os produtos e muito mais caros os serviços. É aquela história: todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer. Todo mundo quer ganhar bem mas não quer pagar o salário dos outros.

Não preciso dizer que aqui também tem sol e ele também maltrata. Entrar em um carro que ficou horas debaixo do sol é cruel. Tem muitos carros aqui que têm película solar, ao menos no verão. Acho que passado o verão, os donos tiram para aproveitar melhor o calor do sol quando está frio, além de voltar a ter uma boa visibilidade. Vou validar ou não a minha teoria até o inverno.

Como a fisolofia do faça você mesmo é muito forte por essas banda, também por causa dos serviços caros, acho que a turma instala as películas solares eles mesmos. Com a tecnologia de hoje, acho que não precisa ser um expert para colocar sem bolhas. Tomara que eu esteja certo!

No Canadian Tire (o que não tem lá?), encontrei essas pellicules ou films solaires/películas ou filmes solares entre 16 e 20$. Me pareceu barato demais até ler a parte que diz que cobre um vidro traseiro ou dois laterais. Mesmo assim, só não comprei e instalei eu mesmo porque o verão já está indo embora, mas toda vez que entro no carro forno, fico pensando na decisão. Mais no próximo verão eu vou experimentar e dou mais dicas. Lembrando que nosso carrinho não tem condicionador de ar. Afinal, para que? O Canadá fica quase no Pólo Norte!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Obtendo o visto estadunidense por aqui


DEIXEM OS CELULARES EM CASA E CONTEM ATÉ 1000! Depois eu explico melhor.

Alguém tinha que ter escrito sobre isso antes de eu bater cabeça na marra. Por causa de um planejamento baseado em achismos, acabamos não podendo ir para o Brasil nessas minhas férias. Daqui para Fortaleza e vice-versa é sempre complicado. O trecho complicado de Fortaleza faz com que a rota mais rápida nos faça perder 12 horas para descer até São Paulo e voltar. Via Air Canada na vinda, gastamos 24 horas de viagem e eu não consegui dormir.

Para as duas semanas que tirei de férias nesse mês, teríamos novamente a rota YQB(Québec) -YYZ(Toronto) -GRU(Guarulhos) -FOR(Adivinhe!). Mas indo pelos Estados Unidos, poderiamos fazer uma conexão em New York ao invés de Toronto e isso reduziria a viagem em 5 horas, além de alguns bons dólares multiplicados por 4 passagens. Então decidimos que era a hora de tirar o visto estadunidense (americano, todos nós que moramos nas Américas também somos!)

Ai vem a primeira má assunção (em minúsculo, é o ato de assumir algo): Temos que minimizar o risco de ter os 560$ do processo (140$ cada) jogados no lixo, já que ouvimos muitas histórias de vistos negados mas no Brasil e no Equador. Para isso, vamos esperar comprar a casa para ter mais vínculos com o Canadá. O furo é que pelo que vi, a impressão é que sendo residente permanente e mostrando uma carta da empresa que comprova o emprego aqui, para eles é suficiente. Um amigo meu disse que o contrato dele era temporário e disseram que bastava ele conseguir uma carta da empresa que dissesse que eles tinham a intenção de renovar o contrato.

A segunda foi em relação a prazos. Aqui no Canadá, cada cidade entre as mais importantes tem seu consulado ou a embaixada (em Ottawa (já perceberam que eu abuso (dos parênteses?))). Os canadenses não precisam de visto para entrar nos Estados Unidos. E além disso, Québec só tem cerca de 512.000 habitantes e a proporção de imigrantes é bem menor que de outras cidades. Eu imaginava que agendar uma entrevista e conseguir o visto seria bem rápido por causa desses fatores. Que nada! Quando eu terminei de preencher os quilométricos e estúpidos formulários DS-160, dei de cara com uma página que dizia que não tinha disponibilidade para entrevistas! Em Montréal e Ottawa também não estava nada tranquilo. Fiquei tentando diariamente até conseguir uma vaga e finalmente só fizemos a danada da entrevista hoje, cerca de dois meses após o começo do processo.

Quando percebemos que não ia dar tempo de tirar o visto, a única e restrita rota da Air Canada estava proibitivamente cara, mas já era! Não cometam os mesmos erros que nós cometemos! Agora vamos ter que esperar o fim do ano ou começo do seguinte para visitar a família e amigos.

Agora falando do processo, essa página dá o endereço das páginas dos consulados de cada cidade (http://www.usembassy.gov/). De página em página, vais acabar encontrando a que interessa. Recomendo ler tudo, mas adianto que vão ter que preencher o formulário DS-160 que é poche en 'stie!!/chato pra @#&%$*!! Nessas horas, é bom saber inglês. Para piorar, tive que preencher quatro vezes, porque apesar de ter um aplicante principal, é um visto para cada membro da família! Preenchia um e dava uma pausa de bons minutos xingando os yankees paranóicos. Esses formulários têm toneladas de perguntas idiotas como: Você é terrorista? Você vem para os EUA praticar atos de terrorismo? Você pretende financiar atividades terroristas aqui? Quem vai responder, SIM!!! ISSO MESMO! Eu quero explodir essa bodega? Você pretende se envolver com negócios de prostituição nos EUA? SIM! Adivinhe a mãe de quem eu vou contratar?!?!?!

1, 2, 3, 4,... 1000! Desculpem, caros leitores! Passou! O site avisa que não podemos entrar "nas seções do consulado" com eletrônicos, incluindo controle remoto do alarme do carro, dentre outras coisas. O senso comum é que o guarda guarda (não foi proposital, mas vou deixar assim mesmo) esses objetos na entrada, né? Né...ca! Da rua mesmo o rotundo guarda já avisa que não pode entrar com eles. E aí? Ele diz: Não sei! Se não puder deixar em casa ou no carro, talvez possa deixar em algum hotel ou restaurante, mas aí é com você! O cara do hotel quase vizinho fez esse favor. Não foi antipático nem grosseiro, mas também não foi gentil como costumeiramente são e nem sorriu. Acho que não fui o primeiro a pedir esse favor.

Entrando no cofre forte do Tio Patinhas, temos que tirar tudo que é metálico para passar nos raios Z (mais modernos que os X), inclusive os cintos! Eu já estava tirando a obturação do dente mas ele disse que não precisava. Dentro da caverna do Batman tem quatro guichês blindados. Dois estavam sendo usados por funcionárias québécoises para receber os documentos e fazer as perguntas básicas. Se for o caso padrão, vai ser só entregar os passaportes, cartões de residente permanente, a carta da empresa comprovando o emprego, de preferência com salário, data de contratação, cargo, etc., folhas de salários (rolerite) e, claro, as folhas de confirmação do....DS-160 impressas com foto e código de barras. A Mônica disse que era estudante e ela pediu algo para confirmar. O cartão da Laval foi suficiente. As perguntas são do tipo: Qual seu status aqui? Quando chegaram? O que fazem aqui (trabalho, estudo, etc.)? O que pretendem fazer nos EUA? (como respondi no maldito formulário, papocar a bodega e contratar a tua mãe!) Turismo! Qual cidade? (Bagdad!) Portland e New York. Tome um chazinho de cadeira enquanto o consul te chama no outro guichê, por favor!

O consul até que limpou um pouco a imagem. Foi simpático, brincou com o Davi e nem fez muitas perguntas. Basicamente, confirmou o que já sabia sem pegadinhas. Como todo bom presidiário, tivemos as nossas digitais digitalizadas (também não foi proposital!) e ele nos deu um papelzinho dizendo que os vistos foram aceitos e que vamos receber os passaportes de volta em torno de uma semana. No site diz que, em geral, são 3 dias úteis. Somando com os inúteis, dá mais ou menos na mesma.

Tenho ouvido muito falarem que mesmo pedindo somente o B2 de turismo, eles dão o B1 de negócios e B2, com validade de dez anos. Tive notícia de até um bebê ganhou o B1/B2 e assim, está apto a fazer negócios no Zestado Zunido. Só pretendemos usá-los por dois anos até termos os passaportes canadenses, mas melhor sobrar que faltar. Por falar nisso, a validade do passaporte brasileiro tem que ter ao menos 6 meses a contar da previsão de visita para que não expire lá, visto que é o prazo máximo de permanencia. E também em cada entrada no país, o oficial de fronteira vai avaliar o caso particular e mesmo com o visto, a entrada pode ser negada.

Agora vamos aproveitar esses suados vistos e pretendemos viajar até Portland, a maior cidade do estado de Maine, que fica vizinho ao Québec e fica no litoral. Como de carro, fica a umas cinco horas e meia daqui, podemos usar até um final de semana sem ser nas férias para conhecer. Depois, mas ainda sem previsão, pretendemos conhecer a Big Apple! Não é uma loja grande da Apple! É Niu Iórque, maxo matuto!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Festival d'Été 2011 - John Fogerty



O que? Você não sabe quem é John Fogerty? Eu também não sabia! Mas basta dizer que ele era compositor, cantor e guitarrista do Creedence Clearwater Revival. Piorou? Hum...Pois veja os vídeos que vais reconhecer duas músicas deles (Pretty Woman foi uma das poucas do show que não é dele). O CCR é a típica banda que tem muitas músicas conhecidas, mas que poucos sabem de quem são. Pior ainda quando as músicas são mais famosas por intermédio de outros como o Rod Stewart e a Bonnie Tyler que cantaram "Have you ever seen the rain?".

Começando pelo começo. Quando cheguei para o show, pela primeira vez vi pouca gente e pude ficar perto do palco. Só então pude perceber uma vantagem considerável em relação aos telões: A amplitude. Nos telões, vemos as imagens bem maiores que o palco longe, mas são mais focadas e restritas. Já olhando para o palco, vemos menor mas toda a cena ao mesmo tempo.

Antes da atração principal, teve uma banda legal chamada The Sheepdogs que tinha toda a sonoridade e o visual dos anos 70. Uma verdadeira volta no tempo, pois conseguiram reproduzir fielmente a ambiencia musical da época. Infelizmente, ao final do show deles, minhas costas e meus pés já estavam detonados da maratona. 1,5Km de caminhada em subida íngreme até o show, com mais a volta. No dia anterior, fiquei seis horas em pé durante o show das três bandas.

A atração principal começou seu show. Apesar das décadas de carreira, o camarada ainda tem muito gás para o palco, fez a maioria dos solos e sua voz está perfeita. Curiosamente, na décima quarta música que diz "I wanna know have you ever seen the rain comming down on a sunny day"/"Eu quero saber se você já viu a chuva cair em um dia ensolarado", começou a chover e era chuva de verdade como podem ver no vídeo. Depois de mais duas músicas, completando dezesseis, resolveram parar o show enquanto a chuva passava por questões de segurança. Poucos dias depois, a estrutura de palco de um festival em Ottawa desabou por causa de uma rajada de vento. O pessoal daqui sabe o clima que têm!

Eu já estava com as costas e pés acabados, estava chovendo muito, já tinha visto dezeseis músicas e resolvi voltar para casa para me preparar para a nova semana de trabalho, pois era domingo. Depois de 10 minutos de pausa, ainda tocou mais outras doze músicas. Mas de qualquer forma, já valeu a noite por colecionar mais um nome que fez a histórica da música. Até o Festival d'été de 2012! Quem serão as atrações?













segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Pega o ladrão!


É meus colegas. O "cerumanu" é um bicho esquisito. Nem mesmo aqui na pequena, pacata e segura Québec, não estamos livres dos ladrões. E ainda mais em um bairro mais afastado e tido como ainda mais tranquilo!

Estava eu tranquilamente em casa, quando por volta de umas 21h20 ouvi um estouro e um alarme de carro soando. Meu instinto aranha começou a zumbir e aquela cena me pareceu muito familiar. Mas como meu cérebro já passou um ano e meio sem nem um minutinho de estado de alerta, ignorei. Ouvia vozes falando mais alto que o normal e o instinto aranha buzinando direto. Ahh! Não é nada. Até que não aguentei e abri a porta para ver o que era.

Eis que vejo no estacionamento do parque que fica na esquina, um cara imobilizando outro no chão dizendo: Calme-toi! Calme-toi! Tranquille! Sinon je pète ta gueule!/Se acalme! Se acalme! Fique quietinho! Senão eu papoco teu focinho! Pensei que fosse briga, mas depois lembrei do carro. Daí, fui saber o que era que estava acontecendo.

Um menor não tão menor assim passou por uma caminhonete cabine dupla que estava lotada até o teto de objetos no banco de trás, em um cantinho escuro e escondido de um circulador pequeno. Ele não viu ninguém por perto e escolheu o carro como vítima. O estouro que eu ouvi foi um golpe de machado. Isso mesmo! Um machado pequeno no vidro lateral traseiro. O alarme disparou. Acho que ele não esperava isso e correu assustado. No estacionamento do parque ao lado, tinha um cara que devia ter lá seus vinte e poucos anos e resolveu dar uma de herói. Apesar do machado na não, o Bruce lee correu atrás dele, deu um chute na canela e derrubou o ladrão amador. Caido no chão, ele aplicou algum golpe para imobilizá-lo enquanto as pessoas que chegavam chamaram a polícia.

O Bruce Lee perguntava seu nome e quem eram seus pais para ele ligar e contar o que aconteceu, mas esse não falava nada. Dois carros da polícia chegaram entre 5 e 10 minutos depois da ligação, e olhe que moramos mais afastado do centro! Chegando lá, os policiais pegaram a versão do dono do carro, do Bruce Lee e do meliante. Isso foi suficiente para revistarem, algemarem e retirarem tudo dos bolsos e inspecionarem minunciosamente. Trancado dentro do carro, começaram a pegar depoimento das testemunhas. O dono do carro teve que preencher uma ficha de ocorrência no local enquanto que o outro carro da polícia foi para a delegacia.

Apesar de ser um caso isolado, que foi uma tentativa de furto e não de roubo (não tinha ninguém no carro), que o ladrão foi pego, etc, etc, etc. É decepcionante para mim. Eu sei que nenhum lugar da terra está livre disso (quem sabe no Polo Norte?). Mas não esperava ver isso tão perto da nossa casa. Ser humano é ser humano no mundo todo, com suas qualidades e seus defeitos. O que muda são as proporções.

domingo, 7 de agosto de 2011

Festival d'été 2011 - Joe Satriani e Metallica




A loucura começou bem antes do show. Os mais malucos acamparam na noite anterior para guardar os lugares mas próximos da entrada, e assim garantirem as suas partidas antecipadas para ocuparem os melhores lugares perto do palco. Quem chegou até duas horas da tarde mais ou menos conseguiu entrar, mas ficaram entalados na entrada sem ver nem mesmo os telões. Eu cheguei lá para as seis horas e vi uns três quarteirões de multidão ocupando quase a largura da rua toda, iludidamente pensando que entrariam no espaço principal. Mais uma vez me surpreendi ao ver que não tinha nada delimitando a largura da fila, mas mesmo assim havia uma faixa lateral na rua desocupada e ninguém furava esta. Nesses casos, esperava que as menores distancias livres fossem ocupadas primeiro. Mas na rua, quem quisesse poderia furar a fila. Ao menos teria acesso físico! Se o pessoal iria gritar alguns sacres/palavrões québécois eu não sei.

Eu já sabia que iria para a zona F, uma região grande mas que fica por detrás do palco e que tem somente um telão. Melhor assim. Era menos tumultuado e não conseguiria ver o palco de qualquer maneira se estivesse nas região das outras seções. Impresionante é que mesmo em um show de rock pesado como esse, ainda assim tinha carrinhos de bebês e crianças acompanhando os pais.





Acho que já chegou a hora de dizer que depois de uma banda québécois e antes do show do Metallica teve a apresentação do Joe Satriani. Coitado! É um exímio guitarrista, fez uma bela e profissional apresentação, mas foi brutalmente ofuscado pelo brilho metálico. Eu fiz o mesmo aqui nessa postagem para dar mais realismo. Acho constrangedor ver que a maior vibração da galera não foi durante seu show mas quando ele disse quem seria a próxima atração. Pauvre toi!/Coitado de ti!





Já a atração principal fez cerca de duas horas e meia de show detonante. Os principais hits da sua carreira fizeram a multidão de 115.000 metaleiros (alguns senhores e crianças não eram tão metaleiros assim) ir à loucura. "Era meu sonho vivenciar isso aqui", disse James Hetfield, vocalista e guitarrista. "Meu também!", disse o comedor de rapadura brasileiro de nome russo que mora no Canadá. Não encarei o que ele disse como o puxa-saquismo tradicional movido pelo marketing. O que acho que ele quis dizer é que é um privilégio de poucos músicos poder sentir a energia de uma maré de gente gritando e se agitando como a que ele viu.

Como no conto de Cinderela, meia noite acabou o show porque regras são regras. Mas eles ainda passaram muito tempo agradecendo, aplaudindo o público, jogando palhetas e baquetas e se despedindo.

Mais uma vez, todo mundo saiu devagarzinho, educadamente e sem empurrar. Apenas uns gaiatos de plantão cantando alto as músicas brego-românticas do Eric Lapointe (que se apresentou também em outro dia) e fazendo piadas. E eu, de sorriso de orelha a orelha, colecionei mais um show inesquecível propiciado pela nossa capital do metal que faz parte das rotas das grandes atrações musicais.

N'importe quoi...
Je t'appelais dans la nuit...
Pour te dire...
N'importe quoi...
(letra da música do Eric Lapointe)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Festival d'été 2011 - Elton John




É a segunda vez que vou ao imperdível Festival d'Été. Dessa vez o laissez-passer/passe livre que dá direito a todos os shows dos 11 dias custou 65$. No ano passado ele custou apenas 50$. Os amigos equato-brasileiros Carlos, Ângela e seu filho vieram de Montréal para conferir seu ídolo, Sir Elton John.

A exemplo da outra atração principal, o Metallica, tinha algo entre 100.000 e 120.000 pessoas na área cercada dos Plaines d'Abraham. Ficamos na seção F, no alto que fica atrás do palco. Embora não pudéssemos ver os músicos no palco (na frente mas longe também não seria tão diferente), tinha um dos vários telões perto e através dele que assistimos tudo. Em compensação, estávamos em um lugar tranquilo para ficar com as crianças, como em um piquenique: Cobertures na grama, lençol, comida, joguinho, etc. O volume do som nessa seção não é alto, logo, eles não se sentem incomodados. Não fomos os únicos. Facilmente encontrávamos carrinhos de bebês e muita gente fica é sentado na grama mesmo.

Acredito que o show teve duração de duas horas e meia e foi uma amostra das melhores músicas da carreira do cantor inglês. É a fórmula perfeita para recordação eterna dos fãs. Começa pouco depois de escurecer, que nessa época acontece por volta das 21h00 e vai até o limite de meia noite. Tanto na entrada quanto na saída teve filas, mas estas fluiam sem empurrões nem confusão, bem canadense.

É bom saber que mesmo com filhos, dá para curtir shows com um mar de gente sem confusão, na tranquilidade e com segurança.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Processo de Manitoba MPNP Strategic Initiatives - Exploratory Visits


Embora as portas do processo federal estejam cada vez mais fechadas, do processo do Québec possam também se fechar e ambas tenhas suas restrições e dificuldades, eis que surge uma alternativa. É bem verdade que já existiam outras alternativas, mas acabavam ficando muito limitadas como, por exemplo, a ter uma oferta de emprego antes mesmo de imigrar. A novidade da qual falo agora é a nova modalidade do MPNP (Manitoba Provincial Nominee Program), chamada Strategic Initiatives - Exploratory Visits.

Por ela, o candidato precisa enviar por email seus documentos mostrando seu potencial como skilled worker e seu interesse em fixar-se na província. Se a resposta for positiva, o candidato poderá fazer uma viagem exploratória às suas custas para conhecer a vida local, sondar o mercado de trabalho na sua área e conhecer o que puder. A obtenção do visto de "turismo" canadense é de total responsabilidade do candidato. Uma entrevista será marcada no final da visita. Nesta, o candidato terá que provar que se identifica com a província, em qual vizinhança pretende morar, o que aprendeu, o que visitou, quais serviços utilizou, as empresas com as quais fez contato para explorar oportunidades potenciais (para o(a) esposo(a) também, se for o caso), entidades profissionais que regulamentam a profissão e, principalmente, porque o candidato acha que é um forte candidato ao programa. É recomendado comprovar o que puder através de documentos.

Por ser uma província não muito procurada e sem muito prestígio, é bem fácil imaginar que vão existir candidatos querendo usar esse processo como porta dos fundos para ir para outras províncias. Os responsáveis pelo processo não são tolos e dão a entender pelo texto de que o candidato vai ter que se rebolar (no sentido figurado somente) para provar que pretende realmente se estabelecer e continuar morando lá.

Como vantagem, eles dizem que o processo incluindo a parte federal é acelerada. O outro ponto positivo que vejo é que dá a entender que a exigência de inglês é menor. Caso opte pelo exame de proeficiência que é usado no processo federal, o IELTS, a nota mínima é 5. Caso seja usada a auto avaliação do MPNP, basta se enquadrar no nível de 6 pontos que diz "Applicant has received some instructions and/or has to be employable in Manitoba".

A documentação às vezes fica confusa, misturando a nova modalidade com anteriores. Daí, entendera (eu gosto do finado pretérito mais-que-perfeito) que seria necessário ter algum parente para endossar o pedido. Mas um colega de lista de imigração do Canadá passou o link de um documento PDF que dá mais detalhes que, embora também deixe margem a interpretações, parece confirmar que não precisa de parentes mesmo.

O que desestimula muitos pretendentes é o fato de Manitoba não ser uma província conhecida, sem glamour e sem o porte e agito das grandes metrópoles como Toronto, Montréal e Vancouver. Não conheço nada de lá pessoalmente mas Winnipeg, a capital da província, tem o porte médio de Québec, Ottawa e Calgary, o que deve proporcionar, a exemplo destas, uma boa qualidade de vida.

Se você considera que tem uma boa empregabilidade e não está preso à ideia de se fixar em uma província ou cidade específica, fica aí a alternativa.

Mais detalhes:
http://www2.immigratemanitoba.com/browse/howtoimmigrate/strategic/pnp-exploratory-visits.html
http://www2.immigratemanitoba.com/asset_library/en/pn/pnpkit0909.pdf