sábado, 30 de outubro de 2010

Cuidado com o carro!


Alguém já tinha me dito que depois de um tempo aqui, nosso referencial mudava. Estou me referindo mais especificamente à falta de educação e respeito dos motoristas, sobretudo, cearenses que foram eleitos por duas pessoas diferentes que conheci e que rodaram o Brasil como os mais mal educados do Brasil. Eu já sabia que o québécois é o que menos respeita o trânsito no Canadá, mas com o referencial que tinha, era um avanço e tanto. Pois bem, agora quando um motorista passa pela faixa de pedestres amarela (as normais não brancas), com uma placa pare e em uma região turística, eu me incomodo. Quando o que vem atrás faz a mesma coisa, fato esse que já aconteceu, eu me irrito.
Mas vá lá, eu tenho o costume de não confiar mesmo, então está tudo bem! Não está não! Hoje, estava em uma avenida badalada, cheia de turistas desavisados. O cruzamento tinha umas passagens de pedestres em paralelepípedos que contrastam com o asfalto. Um carro deu o sinal para dobrar, mas parou pouco antes de fazer a curva. Pensei logo: ele me viu e me deu a preferência, como manda a lei. Atravessei tranquilo! Só que ele não tinha olhado coisa nenhuma e parou por outro motivo. Quando eu estava no meio da travessia, ele resolveu dobrar de vez na rua na qual eu estava e ainda sem me ver! Se eu não tivesse corrido e pulado, ele tinha me atropelado, pois freou depois da trajetória que fiz! TABERNAKE!!!/$%?&$%?&*%?&!!! Somente pensei, porque nem adiantava gritar já que os carros agora estão todos com os vidros fechados por causa do frio. Mas não deixei de jogar meu olhar fulminante de praga que incinerou o motorista que ficou reduzido a cinzas. Na esquina, os outros pedestres olharam com espanto e desaprovação a atitude do motorista. Mas, por sua vez, muitos pedestres québécois cruzam a rua onde não deve e nem respeitam os semáforos.
No outro lado do Canadá, amigos me contam que nem olham mais se vem carro antes de atravessar a rua, porque sabem que serão respeitados, a não ser que esteja em Ottawa onde tem os québécois de Gatineu circulando também (não é, Carlos Last?).
A questão é: será que a latinidade québécois tem o gene de ser mais aberto e simpático, mas também mais desrespeitoso às normas? O brasileiro teria essas qualidades e defeitos mais ao extremo, enquanto que o lado anglófono do Canadá teria pessoas mais frias e corretas como alguns que já moraram em ambos lados contam?
O que você acha?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Da capital nacional para a capital federal




Dando prosseguimento à nossas excursões turísticas, esticamos um pouco mais o nosso alcance de viagens de carro e fomos até a nossa capital federal. São cerca de 450Km e 5 horas de viagem a partir daqui de Québec. Para Montréal, destino da nossa primeira viagem, fomos pela autoroute/estrada 40 que fica do lado de cá do rio São Lourenço. Dessa vez, fomos pela autoroute/estrada 20, do outro lado do rio. Ambas estradas são impecáveis em qualidade, segurança e conforto. Além de ser ligeiramente mais perto indo pela 20, achamos que tem mais pontos de apoio (postos, lanchonetes, etc.) ao longo desta. Uma estratégia que se mostrou bastante apropriada para quem viaja com crianças é dividir em dois trechos, fazendo uma pausa para almoço e descanso em Montréal. Devido à viagem anterior, dessa vez as crianças foram bem mais à vontade, foram brincando e não acharam ruim. Por falar em Montréal, que terra curiosa! Só no tempo de lavar as minhas mãos e as do Davi no banheiro, ouvi francês, inglês, árabe e chinês!




Ao chegarmos em Ottawa, tivemos uma impressão muito boa. Paramos em um parque à beira do rio Rideau que é bastante bonito e agradável. Tinha um playground com uma espécie de ruína de construção da Grécia antiga para as crianças explorarem.
À ce moment-là/nessa hora (nota do tradutor: os québécois usam e abusam dessa expressão), percebi de cara o bilinguismo da cidade. Ouvi uns 5 grupos de pessoas conversando em francês e apenas um grupo em inglês. Porém, a cidade é mais anglófona por ser de Ontário. É porque do outro lado do rio, fica Gatineau, que pertence ao Québec. Não é coincidência. A capital canadense fica na fronteira para simbolizar a neutralidade entre as suas duas principais nações. Ao contrário de Montréal que é metade inglesa e metade francesa, em Ottawa as placas das ruas são bilingues como, por exemplo, "rue Elgin st." (street/rua).
Chegamos finalmente ao hotel para um merecido descanço. Ficamos no Days Inn, do qual gostamos muito. A localização dele é estratégica. A poucos quarteirões, temos uma pizzaria, supermercado, mercadinho e um shopping center. Ainda tenho saudades da imensa cama king size/très grand (nota do tradutor: é o maior dos três tamanhos de cama de casal) com colcha extremamente macia.
A cidade é bem organizada e limpa, ao menos por onde passamos, e tem mais prédios altos que Québec. O outono deu um toque especial às fotos. E por fazer uma comparação, aí vai um aviso importante que não me deram: Cuidado para não atropelar uma multidão de pedestres de uma só vez! Aqui em Québec, os principais cruzamentos têm uma fase do semáforo exclusiva para pedestres, podendo estes inclusive atravessar em diagonal. Eu, muito acostumado com isso, ia dobrar à direita. Derrepente, quando o sinal abriu e começei a fazer a curva, eis que uma multidão atravessa a rua! Tabarouette/caracas!!! Que susto! Temos que esperar uma oportunidade para poder dobrar. Enquanto isso, o trânsito de carros fica parado até a velhinha atravessar sozinha. Quando ela chega no outro lado, lá vem uma lesma se arrastando e por aí vai. Do que vi, percebi que lá o respeito às leis de trânsito é bem mais rigoroso. O pedestre pode atravessar com bem mais segurança, procura atravessar nas esquinas e na hora certa. Bem... encontrei um québécois tentando atravessar a avenida com o semáforo de pedestres no vermelho, que ia e voltava se arriscando. A sua esposa, de voz muito estridente e de um sotaque québécois carregadíssimo disparou impiedosamente: Ataaaeeeiiinds, lô (attends, la)!! Tu peux casser ta taaaeeeeiiiite (tête)!!/Espere aí!! Tu pode quebrar tua cabeça!! Eu adoro ver esse tipo de situação curiosa!
 Outra diferença cultural interessante é que lá, as pessoas procuram ficar do lado direito da escada rolante para que outros possam passar pela esquerda. Só percebi porque já havia lido sobre esse costume em um blog de Vancouver.




A parte mais turística da cidade fica na região próxima ao parlamento. Onze horas da manhã e eis que toca a famosa melodia de sinos do Big Ben londrino. Isso me fez perceber que o parlamento de Ottawa tem uma semelhança estética ao britânico. Do outro lado do canal Rideau, no Major's Hill Park, tem uma colina que nos permite ter uma vista muito bonita do rio, das pontes, do canal Rideau e dos prédios do Parliament Hill.




Mas o que eu gosto mesmo de fazer quando estou em uma cidade nova não é visitar os pontos turísticos. É "respirar" e sentir a cidade como ela é, com todos os detalhes. É, por exemplo, perceber que a mescla étnica da cidade é diferente da de Québec; ver que a faixa de ônibus e taxis que é apenas preferencial em Québec e em Ottawa tem uma placa bem grande mostrando que se paga uma multa de 150$; que o grande e moderno prédio espelhado reflete um castelo antigo; que se escuta gente conversando em francês, mas muito atendimento dos comércios é feito somente em inglês; que existem placas de carros com um nome ao invés da mistura aleatória; que eu ainda me expresso melhor em inglês que em francês e, finalmente, que parece que eu estou em outro país!





A única queixa que tenho da cidade é que conhecemos alguns parques, mas só encontramos playground para as crianças se divertirem em apenas um deles. Coversando com um casal de avós que mora em Gatineau, eles disseram que de fato, comparando com Québec, tem poucos. Nos indicaram um em Gatineau, mas não tivemos tempo de procurá-lo. Aqui em Québec é difícil encontrar um parque que não tenha brinquedos e que normalmente estes são variados e interessantes, seja este parque de bairro ou mais turístico.
Confirmamos nossa intuição de que seria a segunda opção de moradia depois de Québec. Ambas têm uma fórmula que considero bastante interessante: são cidades menores e por isso não têm os problemas das grandes metrópoles, mas com uma excelente infra-estrutura por serem capitais que ficam nas duas províncias mais fortes do Canadá. Epa! Eu não disse que Ottawa é a capital de Ontário! Eu sei que é Toronto! E Ottawa ainda tem uma vantagem que é de estar na fronteira e permitir ter os dois mundos ao mesmo tempo: morar na québécois Gatineau e trabalhar na ontarian Ottawa. Afinal, o único separatista que vi lá foi o rio!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Carros bem calçados para o inverno


A neve já está chegando! E vem mais cedo esse ano. No inverno passado, estávamos sem carro ainda e nem precisamos nos preocupar. Compramos o carro com algum risco de outra neve na primavera, mas não aconteceu.
Agora, temos que usar os pneus de inverno. Tanto porque a partir do dia 5 de dezembro o seu uso é obrigatório aqui no Québec, quanto porque aqui em Québec, sem eles fica emocionante demais para dirigir! Pense só a quantidade de neve que cai aqui, mais que noutras cidades canadenses, e nas várias ladeiras bem inclinadas que ligam a cidade alta à cidade baixa! Uou!!
Os pneus de inverno são mais biscoitudos, com sulcos mais largos, desenho apropriado e a borracha é tão mole que conseguimos deformar os biscoitos com a mão. Assim eles deformam e tiram a neve dos sulcos, enquando que os outros ficam lisos como pneus carecas. Também a temperatura muito baixa requer uma boracha adequada.
Conselho do amigo Idevan: Compre-os logo porque depois da primeira neve, as lojas ficam lotadas! Fiz minha pesquisa e já resolvi o problema. Porém, não sem antes consultar a comunidade sobre duas possibilidades: Pagar para trocarem os pneus ou comprar com aros e trocar em casa.
A primeira possibilidade é a que aparece logo, e é mais cômoda. O sujeito vai à loja, compra os pneus e paga o serviço de desmontagem dos pneus toutes saisons/all seasons/para todas as estações, montagem dos pneus de inverno e equilibrage/balanceamento. Pelo que me disseram, esse serviço custa ao menos 65$. Só que, passado o inverno, tem que pagar novamente para recolocar os pneus originais e balancear novamente. A parte ruim é que tem que agendar horário, que dependendo da época, pode ser bem difícil ou em horários chatos.
A segunda possibilidade é comprar os pneus, com mais quatro aros e pagar o serviço de montagem e balanceamento, que é mais barato. O dos meus saiu por 32$ (na Canadian Tire). Cada aro custa 50$ (aro 14, de aço). Nesse caso, o lado ruim seria trocar os pneus em casa, mas em compensação, não precisaria pagar nem marcar horário. O serviço de montagem dos pneus inclui a troca deles, mas é só na primeira vez.
Depois de dois invernos, a primeira opção custaria 4 x 65$ = 260$. A segunda já sai mais barato, por 200$ + 32$ = 232$. A partir daí a primeira opção fica 130$ mais cara a cada ano, enquanto que a segunda se mantém no mesmo valor. Foi a que eu optei! Até por ser adepto da filosofia do faça você mesmo.
Para finalizar, mais uma gafe de matuto que acha que neve é igual a areia. O meu diálogo com o vendedor:
-Qual é o carro?
-Kia Rio 2010.
-Aro 14, né?
-Sim. Eu vou querer o 185.
-185?
-Sim.
-A velocidade?
-Não!
-O preço?
-Não! A...como se diz? É larjura? (fazendo a mímica que não dá para fazer por telefone)
-Largura?
-Isso!
-Mas o pneu original do seu carro é 175! Para que você quer um mais largo?
-Para andar melhor na neve! (claro, bicho brabo!)
-Mas é justamente o contrário! É pior!
-Hein?!?!?!
-O pneu mais largo afunda menos e não encosta no asfalto. Fica deslisando na neve. Também nas curvas ele cava menos na neve e derrapa mais lateralmente.
-Ai é?!?! (então o bicho brabo sou eu! Inclusive porque o 185 é mais caro!) Obrigado pela informação! Vou querer 175 mesmo!
Confirmei a teoria do vendedor com outras pessoas. Fica aí a dica para não quere usar pneus de bugre na neve!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mais dicas para o próximo inverno


Estamos passando para o segundo dos três meses de outono, o que teoricamente estaria em um momento apropriado para escrever sobre roupas de inverno. Mas para muitos eu devo estar chegando atrasado com essas dicas. Desculpem! Eu estava (mais) envolvido com as traduções da palestra imperdível do Lionel Laroche sobre adaptação cultural para o mercado de trabalho canadense. Quando estiver pronta, publico aqui. Esse inverno promete! Boa leitura e curtam o friozinho, BRRR!!!!!!

As seguintes postagens já falam do assunto:
Inverno ou inferno?
Manual de roupas para frio - Parte zero
Manual de roupas para frio

O Fernando Katayama, como sempre altamente detalhista no sistema de vestimentas em camadas para o inverno, estruturou o seu conhecimento neste documento chamado "Como se vestir no inverno".

Eu achei esse email do Pastor Carlos, que tem bem mais invernos que eu, muito objetivo e esclarecedor, então estou reproduzindo-o aqui.

Infelizmente Ana, não dá para fazer isso pelo website e promoção boa, vc sabe como é, especialmente aqui que são verdadeiramente promoções. Vc pode chegar na loja e não ter nada e 5 minutos depois eles colocam, como vc pode chegar, ter e vc decidir ir olhar para ver se acha algo mais e qdo volta, não tem mais.
Me perdoe, não sei quem disse, mas está totalmente equivocado, os isolantes térmicos são totalmente diferentes e é o que mais reflete no preço. Depois do tipo, tem, quantas gramas de isolante térmico, outra coisa que reflete no preço e no que vc irá receber de frio, pois se tiver maior gramas, custa mais e te protege melhor. Existem vários tipos de materias externos, que fazem grande diferença, o melhor deles e o mais resistente é o Gore-Tex, mas é o que custa mais. Depois, tem o windproof e watherproof, não compre um que não seja bom nos dois quisitos, pois normalmente, os de baixa qualidade, muito mal é waterproof, mas não é windproof, portanto, vc ficará bem desde que não vente. Nisso tbm tem diferença, pois alguns são as duas coisas, mas não são bons em nenhum desses quisitos, outros, podem aguentar até mesmo 24 horas levando "água" na cabeça, outras são waterproof, mas não são breathable, se for, seguramente custa mais, mas é infinitamente melhor, pois vc pode transpirar que ela não irá molhar, o suor irá sair, tudo isso são coisas que fazem o preço. É como diz o ditado: "Vc tem aquilo que paga".
Outra coisa, não compre jaquetas rebook, nike, enfim, essas marcas tradicionais, não são especializadas e na maioria das vezes, são boas somente para o inverno brasileiro. Jaqueta de inverno é Burton, HH, Orage, Columbia, North Face, Canada Goose, Patagonia, Merrell, Clorophylle, Montain Hardware, Arc'teryx e assim vai. A Kanuk é muito boa, mas eu particularmente, acho o design horrível, mas isso é o meu gosto pessoal, para mim tem um visual muito de pessoa mais velha, mas muita gente gosta e a qualidade é indiscutível. Não sou de comprar coisa pela marca, porém, qdo se fala de jaqueta, no Canadá, onde temos um dos invernos mais rigorosos do mundo, por causa do vento, pois ontro dia conversava com um Suéco, ele me disse que aqui (Montreal) o inverno é muito mais rigoroso do que lá, por causa dos ventos que temos. Vc está na rua, a -10C e está tudo bem, de repente, começa a ventar e a temperatura despenca para -30C em questões de minutos, é terrível. Até -10C, é tudo alegria, mas qdo baixa disso, a coisa pega.
Enfim, eu sempre digo, comprar uma boa jaqueta de inverno, parece ser a coisa mais fácil do mundo, o brasileiro pensa que é, mas na realidade, é uma das coisas mais complicadas, pois precisa de um pouco de conhecimento técnico para comprar a coisa certa e não gastar dinheiro a toa.
Não conheço muitos websites para isso, além destes: http://winterjackets.ca/index.php http://www.sportsexperts.ca/sportsexperts/accueil.html http://www.lacordee.com/ http://www.leyeti.ca/ Winners é uma excelente opção, porém, chega tudo na quinta e como é um outlet store, chega a mercadoria na quinta e as vezes tem alguma coisa no teu número, as vezes não, etc... precisa ter um pouco de sorte para chegar na hora certa.
Um conselho te dou, não compre nada pela web, pois mesmo essas marcas que te disse, tem as jaquetas que são somente shells, ou seja, é somente para proteger o camarada do vento e da água e são caros, parecem jaquetas, mas não são, são feitos para ski, etc... e não tem a função de esquentar, enfim, só dá para comprar olhando, tocando, conversando com o vendedor, etc... e que seja um bom vendedor, que conhece aquilo que vende.
Espero de ter ajudado um pouco.

sábado, 16 de outubro de 2010

Ventinho em Québec




Hoje a volta para casa foi legal. Quando sai da empresa, a MétéoMédia anunciava rajadas de vento de até 74Km/h, mas vi a informação de que chegaram a 89Km/h. Quando me preparava para sair de bicicleta, uma senhora passou e disse: -Você é corajoso para andar de bicicleta nessas condições! E eu respondi; -É mais emocionante!
Na verdade, não é o fim do mundo. Apenas temos que ficar atentos aos "empurrões" que mudam de sentido! Legal que em um trecho de vento lateral, eu andava com a bicicleta inclidada, mesmo em linha reta. A soma do vento e da chuva com a temperatura de 6°, dá uma boa desculpa para ficar em casa. De fato, iriamos fazer compras, mas o tráfego estava meio complicado devido a quedas de árvores e postes.



Aqui a galera é meio apocalíptica. Passaram nada mais nada menos que dois carros de polícia e cinco caminhões de bombeiros fazendo um barulhão enquanto eu chegava perto de casa. Legal que fica piscando uma luz estroboscópîca no semáforo que acho que é acionado remotamente para facilitar o deslocamento deles.

Uma bela hora da noite, simplesmente faltou energia. Curiosamente, ontem mesmo eu estava pensando nisso ao pesquisar algumas opções de casas para comprar. Se não tiver lareira e o aquecimento for elétrico, como é que fica quando faltar energia e lá fora estiver fazendo -25°? Pergunta retórica, né? Fica frio!!! Também para (não existe mais o acento diferencial em "pára") o aquecimento da água gelada, o fogão elétrico e o microondas. Por sorte, a HydroQuébec trabalha bem. Essa foi apenas a segunda interrupção de energia em nove meses aqui, e durou menos de uma hora. É porque dadas as circunstancias, não dá para evitar mesmo uma pane.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Serviços de utilidade pública de outros blogs 2.0i

Se outros já escreveram melhor do que eu escreveria, não faz sentido eu gastar bala com o assunto. Porém, acho interessante repassar para vocês, então ai vai outra leva de redireções a postagens de outros blogs:

Primeiro uma palestra que eu considero imprescindível para todos os imigrantes, sejam futuros, atuais, que vão procurar emprego, que já trabalham ou mesmo os que nem vão trabalhar. Infelizmente é em inglês, mas o palestrante fala bem explicado. Eu, a Denise e outros que venham a aceitar a missão vamos traduzir essa palestra para que mais pessoas possam ter acesso a ela. O conterrãneo Chuck, ou Tarcizo fez alguns comentários sobre ela nessa postagem.

Estão querendo ressuscitar o Nordiques, o time da liga nacional de hockey que existia aqui em Québec. Para isso, o primeiro passo é a construção de um anfiteatro multifuncional de porte adequado. O amigo que mora aqui, Idevan, resumiu muito bem a estória, inclusive com fotos nessa postagem do seu blog.

domingo, 3 de outubro de 2010

Outono






Tudo na vida tem o lado bom e o lado ruim, fora os discos (em vinil) da Roberta Miranda, dos quais os dois lados são péssimos.  O verão se foi, mas as canicules/ondas de calor felizmente também. Em compensação, começou a esfriar mais rápido. A brasileirada começa a reclamar do frio. Aí São Pedro resolve dar uma colher de chá: -Tudo bem! Vou mandar uma massa que ar quente para vocês! Só que a massa de ar quente muitas vezes vem com humidade. Resultado? Umas três semanas onde quase não se vê o sol! Choveu até dar alerta! O nível dos rios subiu mas não teve nada grave. Só que os canadenses são muito preocupados com isso e a infraestrutura para chuvas é muito boa, ao menos comparada com a Terra do Sol (Fortaleza), que alaga facilmente. Isso não é típico. O normal é a quantidade de chuvas acompanhar a senóide (o mestrado já acabou! Esqueça isso!) da variação de temperatura.
-Está chovendo demais? Pois pronto! Vou mandar uma massa de ar seco! Só que normalmente a massa de ar é seca por causa do frio, que reduz a evaporação. Lá vai o mercúrio do termômetro cair! (metaforicamente, porque nosso termômetro é digital). Agora está fazendo 5 graus e a previsão é para cair até 3 graus entre hoje e amanhã. Abaixo de 5 graus, se chover, não chove, neva. E olhe que estamos apenas nos primeiros 10 dias do outono! Esse inverno promete compensar a moleza do outro!
Mas, voltando à filosofia do tudo-tem-um-lado-positivo, dou alguns exemplos de vantagens do frio para servir de consolo aos que o detestam:
-Podemos beber água gelada da torneira, sem precisar usar a geladeira;
-A temperatura dentro de casa fica estável o tempo todo, o que é excelente para dormir;
-Por causa do aquecimento, as janelas de vidro duplo ficam sempre fechadas e o silêncio é ensurdecedor;
-E a que eu mais gosto: Não suar na subida das terríveis ladeiras, de bicicleta, mesmo que seja debaixo de chuva como aconteceu em vários desses dias.
Outro ponto positivo, que é o grande atrativo do outono (nossa! Só vim falar dele agora!), que é o espetáculo de cores! Agora ficou difícil dizer qual estação é a mais bonita. As folhas fazem uma gradação de cores e tons do verde, passando pelo amarelo, laranja, rosa, vermelho, marrom até o roxo. Vocês podem ver a primeira sequência de fotos para ter uma ideia. Provavelmente vou fazer outra sequência daqui há algum tempo. Digo ter uma ideia porque só ao vivo para ter a real noção. Isso porque tem também o charme das ruas cheias de folhas secas, o barulho que as crianças adoram fazer ao andar por elas, quando o vento passa, derruba as que estão nas árvores e faz um balé com as que estão no chão.
A título de curiosidade, por esses dias o sol está nascendo às 06h45 e se pondo às 18h25, que é mais próximo do que estávamos acostumados no Brasil.
Em relação ao lado bom e o lado ruim, percebo dos canadenses que realmente amam a vida daqui, que o segredo é não se incomodar com os aspectos ruins e saber apreciar os bons e belos momentos que cada estação nos proporciona. Até mesmo o fato das estações se alternarem e tudo ter essa dinâmica de mudança. Se não for assim, fica igual a ter que ouvir à força o disco da Roberta Miranda que só tem lados ruins! Eca!