quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O petit Antoine vai à escola


Vemos nos filmes e desenhos animados as crianças norte-americanas indo para a escola sozinhas. Não tem nada demais na televisão. Quando vemos a opção no formulário para autorizar a criança a sair da escola sozinha, fica mais concreto, mas ainda longe da realidade.
Mas quando eu vou com a Lara para a escola e frequentemente encontramos o petit/pequeno Aintoine de cinco ou seis anos andando pelo menos cinco quarteirões sozinho, dá uma sensação esquisita!
-Salut, Antoine! Diz a Lara.
O petit Antoine olha para ela, sorri, não dá um piu e continua a caminhar! Quando chega no cruzamento, ele para, olha para um lado, olha para o outro, os carros param e ele atravessa com a maior naturalidade.
Como é que os pais deixam o filho ir sozinho para a escola? Como é que eles têm coragem!? Além dos motoristas respeitarem, ao menos na região próxima às escolas, se a nossa cidade não for a mais segura das de certo porte, é com certeza uma das mais seguras.
Mas mesmo assim, vai que a escola fechou por algum problema como falta de água? Aqui a falta de água é algo muito importante porque se acontecer um incêncio, não tem como apagá-lo. Só pode ter alguém em casa para recebê-lo de volta! Não consigo imaginar deixarem o filho ir para a escola e a casa ficar trancada vazia.
De qualquer forma, eu ainda não teria coragem de deixar a Lara ir sozinha para a escola. Ainda não estamos nesse nível de confiança, embora de vez em quando eu tenha alguns ataques de displicência em relação a furtos. Por exemplo, outro dia quando me dei conta, estávamos há centenas de metros da minha mochia no parque, e a minha máquina fotográfica estava em cima dela. Quando voltei, estava lá, graças a Deus!
Também de vez em quando, saíamos e as janelas ficavam abertas (no verão, claro!) e a porta destravada. Tudo bem! Não é no térreo! Mas fica na varanda a meio andar de altura somente. Eu subo e desço muitas vezes pela varanda.
Ministério da Justiça adverte: Não é certo fazer isso! Se der bobeira, pode aparecer algum voleur/ladrão, porque aqui tem também, afinal, gente é gente no mundo todo.
É um choque cultural ainda esquisito para nós, mas com certeza, bem mais agradável que o oposto quando um canadense vai ao Brasil!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Faça atenção à lingua mãe


O título dessa postagem foi propositadamente escrito assim, de uma forma esquisita, para ilustrar um fenômeno que acontece com quem vive em um ambiente que tem uma língua diferente da materna. A frase original seria "Fais attention à la mother langue". Já forma mais usual no português seria "Tenha cuidado com a língua materna". Mais esquisito ainda é saber que com algum tempo, se não cuidarmos, podemos falar assim sem nem percebermos. Mas para o  brasileiro que vive no Brasil, vai soar esquisito como gringo falando.
Eu já estava querendo escrever sobre esse assunto, mas apareceu uma motivação mais forte. Tudo começou quando encontramos por acaso um brasileiro com a sua filha que também moram aqui. Vou deixar no anonimato porque não sei se ele se incomodaria com a publicação. Ele me parecia meio paranóico com a questão das crianças vivenciarem bem o português. Coisas do tipo só falar português em casa, desenhos animados em português via Internet ao invés dos das tv's daqui. Ele perguntava, por exemplo, se tinhamos amigos brasileiros que tinham crianças para que nossos filhos conversassem em português, e por aí vai.
Determinada hora, não sei como, mas ele contou a estória que explica essa postura. Ele é filho de pais não brasileiros. No começo, falavam o idioma materno em casa mas depois de algum tempo, passaram a conversar somente em português. Ele disse que começou a esquecer o idioma materno e depois, perdeu a capacidade de se comunicar neste.
A parte que me tocou foi dizer que a sua avó gostava muito dele, mas apesar de querer muito, não conseguia conversar com o seu neto pois não falava português. Por isso que ele insistia muito para que a filha não perdesse o português.
Eu sabia que as crianças podiam perder um idioma, mesmo sendo o materno, mas não sabia que era fácil assim. E mesmo os adultos não perdendo a capacidade de se comunicar, existe uma tendência de falar esquisito como extrangeiro. Vejo muitos brasileiros cometendo erros de português influenciados pelo francês sem perceber, como por exemplo: "Eu tenho um acento (sotaque) muito forte em francês"; "Eu adoro patinagem"; "Ele vai ir ao trabalho", "...ai eu acionei a vila (prefeitura, Ville de Québec, Ville de Montréal, etc.)", "Não depasse o colega na fila.", "Fiz por habitude (costume, hábito)", "Essa palavra tem dois sensos (sentidos)" e "Faça atenção! (tenha cuidado)". E existem também as interferências que não são erros de português, mas que denunciam por não serem a forma mais usual como: "Isso é bizarro (e nunca dizer esquisito)", "Não importa qual (qualquer um)" e por aí vai. Se eu começar a escrever assim, por favor me avisem! Eu me policio muito, mas pode acontecer.
Outro caso foi uma família que conheci no parque aqui perto. Os pais e as duas filhas estavam conversando em inglês impecável. Quando foram brincar com a Lara, as duas falavam francês também impecável. Começei a conversar com os pais em inglês porque não sabia se falavam francês. O pai nasceu em Nouveau-Brunswick e tem o inglês como lingua materna, ao contrário da mãe das meninas. Mas os pais dele convencionaram de alternar um dia falando em cada idioma. Como aqui em Québec o francês está muito presente, esse casal resolveu só falar em inglês em casa para tentar equilibrar. "Não queremos que as nossas filhas percam o inglês que já falam".
Moral da estória? É difícil aprender um novo idioma e é um desperdício perdê-lo. E isso acontece! Eu estou extremamente incomodado porque já tentei várias vezes e não consigo mais conversar em espanhol como eu fazia no Brasil, quando tinha que me relacionar à trabalho com argentinos, chilenos, uruguaios, etc. Aqui tem muitos latino-americanos que falam espanhol. Temos que praticar e manter o que já adquirimos com tanto esforço. Até concordo que nos primeiros meses seja importante falar francês ou inglês em casa para ajudar na adaptação, mas depois de alguns meses, quando todos já estiverem com um nível razoável de conversação, também acho igualmente importante manter o português em casa.
Eu, eu penso que sim. Pensais vós como isso? (Essa foi de propósito também!)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Robôs dos Jetsons, parte III


Vou responder às peguntas da Patitando e aproveitar para repassar a opinião do ex-conterraneo KK para equilibrar a avaliação do robô tampinha descrito na parte II dessa série.

Esse robozinho é redondo, então como vocês fazem com os cantos dos cômodos?
O Roomba, que aspira tem uma escova mais saliente que diz a propaganda que escova os cantos também, mas o relato do KK faz com que isso seja irrelevante. Guentaí que conto já. Já o Scooba não tem isso e, de fato, não dá para limpar os cantos. Porém, existem dois fatores atenuantes: O primeiro é o fator probabilístico. Seja p(x) uma função de distribuição de probabilid... Epa! Acabou o mestrado! Xô!!! Bom, o que eu quero dizer é que normalmente a sujeira fica na imensa maioria da área que é o resto. Daí até juntar sujeira o suficiente nos cantos, leva um bom tempo e é mais prático depois desse tempo limpar esses cantos. Outra coisa é que eu fasto alguns móveis de forma alternada para que o Scooba limpe tudo. Uma vez ele limpa o quarto com a cama no lugar normal, outra vez eu a encosto na parede. Assim, só ficam praticamente os cantos do cômodo mesmo. E ele limpa por baixo de alguns móveis como o sofá.

Outra coisa, vocês acham que ele é eficaz também na cozinha onde pode ter mais gordura?
Apesar de usá-lo também na cozinha, eu não fiz experiência com gordura, mas ele vem com um líquido para diluir na água que faz até espuma. O problema é que ele só dura umas 10 aplicações. Alternativamente, o manual diz que podemos usar vinagre branco para complementar a limpeza e matar os germes. Não posso dizer o efeito disso porque o mestrado não foi na área de química. O que posso dizer é que os meus queridinhos filhos (oinc, oinc) todo dia deixam migalhas cair no chão e o Davi joga mais comida fora que dentro da boca. Quando voltamos para casa, o chão do cômodo do dia está limpo para andarmos descalços e para o Davi rolar no chão.
O modelo que eu tenho é o Scooba, que aspira, lava, esfrega e suga a água suja. O chão daqui é de madeira, a não ser a cozinha e o banheiro que são de cerâmica. Já no caso do KK, o apartamento dele era (ou a casa dele é) todo(a) acarpetado(a). Esqueci de perguntar como era esse carpete, mais baixo ou mais alto. E o modelo que ele comprou foi o Roomba, que só aspira, mas provavelmente com mais potência que o meu. Porém, ele disse que o bichinho aspirava a sujeira, mas a deixava cair mais à frente. Ele fez uns testes com papel picado e viu que não resolvia. Depois da limpeza, teria que fazer de qualquer forma uma limpeza complementar. E segundo ele, nem são tão exigentes com limpeza como se poderia pensar.
O outro relato que ouvi do Roomba foi positivo, sem nenhuma reclamação. Faltou saber do Carlos Germano a opinião dele, que parece que também não foi boa.
Pronto! Acho que agora ficou devidamente desesclarecido! Onde houver fé, que eu leve a dúvida! Qualquer coisa, faça como o KK: teste e se não gostar, vá à loja e devolva. É uma boa vantagem do consumidor canadense e nem precisamos dizer o porquê!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Turista, mesmo depois de 8 meses

-Você é de Québec? Perguntou-me então a senhora, quando conversávamos sobre o defeito do parquímetro que comeu meus dólares sem contar o tempo. -Não...quer dizer sim!...ehh...bom...ehh...dá pra tomar uma Kaiser antes? Se ela tivesse perguntado se eu tinha nascido aqui, a resposta era não, mas ela percebia facilmente pelo meu acento, digo, sotaque (depois eu escrevo uma postagem sobre esse efeito de falar em português pensando em francês). Já se ela perguntasse se eu morava aqui, ficava fácil de responder que sim.
Isso é para ilustrar a confusão que fica a nossa cabeça depois de passado algum tempo aqui que nos faz pensar que somos daqui e paradoxalmente, ao mesmo tempo não. Depois de oito meses vendo as mesmas paisagens, tendo a mesma rotina, com os mesmos novos hábitos como ver a previsão do tempo todo dia para saber o que vestir, me sinto bem à vontade com a cidade. Mas basta ir a um lugar novo e tirar a maquina fotográfica que anda quase sempre comigo que automaticamente me sinto turista conhecendo uma cidade nunca antes vista. Só que ainda é a mesma cidade onde moro!
Dessa vez, fomos para a parte baixa de Vieux-Québec (basse-ville), próxima do rio e da gare fluviale/estação fluvial. É uma região histórica com muitas construções de pedra e placas que datam desde o século XVII (não lembra de algarismos romanos? É 17!). Como sempre digo, essa cidade respira história e tem muitas placas contando o seu passado. Sem contar que é muito bonita. Não tem como eu não babar!




De quebra, tem também as fotos de outra parte do quilométrico Parc des Champs de Bataille, que também se chama Plaines d'Abraham, e que eu ainda não conhecia. Com o sol, fica ainda mais bonito.




Já acabou? Sim! Prometi para mim mesmo que iria começar a escrever também postagens curtas como todo blogueiro normal faz! Afinal, uma imagem vale por mil palavras.

domingo, 5 de setembro de 2010

Robôs dos Jetsons, parte II


Quem é um tantinho mais velho como nós passou a infância assistindo o desenho animado dos Jetsons. Era uma família que vivia no futuro e tinha robôs para ajudar no dia a dia. Ainda lembro que o nome dessa robô ai era a Rose. Quando começei a ler sobre o robô que varre e lava o chão, a primeira sensação foi de ser uma piada. A segunda foi de ser um protótipo futurista. A terceira foi de ser algo proibitivamente caro. A quarta foi: Ei! O futuro já chegou e eu quero um!
Falei para um amigo do trabalho como se fosse uma novidade espantosa e ele me disse: -Ahh!!! Eu já vi. Um amigo meu tem um. Depois, vi no blog de outro colega de trabalho que eles tinham comprado. -Funciona mesmo? -Sim! Limpa de verdade.
Para quem tem piso de carpete ou muitos tapetes, boas notícias. A brincadeira começa em apenas 150$ comprado no Canadian Tire. É o modelo que só aspira, mas aspira bem, chamado Roomba. Para quem tem piso de madeira, cerâmica ou outros, acho mais interessante a linha da qual compramos o nosso, que se chama Scooba. Esse, de uma só passada, aspira o pó, lava, escova e aspira a água suja para um reservatório separado. E ele fica zanzando pelo compartimento de forma que passa várias vezes pelos mesmos lugares. Ele passa inclusive por baixo de sofás e outros móveis que tenham ao menos 9cm de altura. Ele tem 3 comportamentos que se alternam para cobrir a área toda: Espiral, seguir contorno e cruzar a sala. Essa linha começa pelo nosso modelo que custou 340$ com impostos e frete pela www.amazon.ca. Chegou em menos de uma semana.
Se vale a pena? Sim! Olhem a cor da água suja que ele guarda. A ideia de despejar na banheira foi boa para a foto, mas me custou ter que lavá-la depois. Eca!! Tudo por vocês, caros (nos dois sentidos) leitores!

O chão de madeira daqui ficou limpinho.É bem verdade que temos que enxaguar o tanque de água suja, lavar o pequenino filtro de nylon do aspirador, uma pecinha de borracha e a escova. Mas nada que 5 minutos não resolvam. Ele vem com um líquido desinfetante cheiroso que só dura umas 10 aplicações, mas podemos usar também vinagre branco ou mesmo só água. O manual recomenda deixá-lo sempre ligado na tomada enquanto não trabalha (claro!) para que a bateria dure mais. O chão ainda fica um pouco molhado, mas seca logo.
No nosso caso, o apartamento deve ter uns 110 metros quadrados e os nossos comedorezinhos de rapadura sujam pra caramba. Limpeza uma vez por semana tanto cansa, quanto gasta tempo, quanto não é suficiente. Com o super tampinha 3000, podemos limpar o chão do apartamento quase todo duas vezes por semana, e ainda de uma forma bem eficiente. Quando saio de casa, deixo-o trabalhando e quando voltamos está terminado. Às segunda-feiras ele limpa a sala de estar e a de jantar, terças-feiras os 11 metros de corredores em formato de T, quartas-feiras a cozinha, quintas-feiras as salas novamente, sextas-feiras os corredores novamente, sábados os quartos e domingo a cozinha novamente. Para os quartos, paramos no meio do seu ciclo de 45 minutos e o levamos para o outro quarto. Ele vem com uma barreira virtual infravermelha para limitar a área, mas fechar as portas tem sido suficiente.
Tipicamente canadense: máquinas mais baratas trabalhando para evitar o trabalho humano mais caro, que é melhor aproveitado em outras tarefas mais nobres. Já havia dito que a vida aqui sem empregada não é o fim do mundo, nem ficamos escravos do lar porque a vida aqui é mais prática. E agora então, está ainda mais prática, graças aos robôs dos Jetsons!
Bip, bip! -Xi!! E agora? Qual máquina apitou e para dizer o que?!?!





Robôs dos Jetsons, parte I


Como prometido, vou contar aqui como nós nos livramos de duas tarefas do lar que são um saco: lavar a louça e varrer e/ou passar o pano no chão. Eu passo o dia trabalhando para máquinas, fazendo programa...opa! Não é o que vocês estão pensando! Eu não conseguiria ganhar dinheiro nessa profissão com o meu biótipo! Digo, fazer software de computador! Melhorou? Pois continuemos. Nada mais justo que chegar em casa e descontar!!! Isso! Vamos botar as máquinas para trabalhar para nós também, para descontar!
Para alguns não é novidade, mas para quem lavava e passava roupa no Brasil, a  laveuse/lavadora de roupas e a sécheuse/secadora roupas, aliados a tecidos apropriados e macetes fazem com que economizemos esse tempo e cansaço como contei nessa postagem. Já vale um bocado. Não vou nem falar do microondas. Ahh!! Ia esquecendo o Pablo! É o nosso espremedor de laranjas que parece um pinguim e que me lembra o Pablo dos Backyardigans. O suco de laranja industrializado é tão ruim que eu perguntava se a Mônica tinha comprado no supermercado ou na farmácia!

A parte de lavar louças é fácil, né? Basta comprar uma máquina de lavar louças! Dããããã.... Mas se eu disser que essa solução foi a que me deu mais dor de cabeça. Na verdade, a novela começou antes de eu comprar, estamos usando-a e ainda nem terminou!
O problema inicialmente era o espaço. Os armários de cima são baixos para colocá-la no balcão da cozinha. Então, resolvi colocar em uma prateleira na área onde ficam a lavadora e secadora de roupas. Só que tinha que tirar uma prateleira para que coubesse. Os dois primeiros parafusos foram uma maravilha, porque são vis carrés/parafusos quadrados (o buraco é que é quadrado). Já os dois de trás, são Philips/estrela, entupidos de tinta, enferrujados e estrompados, quase redondos. Depois de alguns dias tentando, a solução foi usar o jeitinho...jeitinho BRUTO!!! PÁ!! POU!! IÁÁÁ!!! CRASH!!!  GRRR!!!! Pronto! Prateleira delicadamente esbagaçada! Ai vem o lado ruim de morar de aluguel. Eu não poderia nem colocar um prego na parede, mas tenho ainda um ano para me preocupar com isso (renovei o bail por mais 6 meses).
Pronto! Problema resolvido! Que nada! Vi mais de duzentos modelos (literalmente) de lava-louças paquidermicamente grandes! A esmagadora maioria segue o tamanho de embutir em uma seção de armário de baixo do balcão da cozinha: 80cm de altura, por 30cm de largura por 30 cm de profundidade. Eu até pensei em desmontar uma parte do armário, mas ainda tinha o problema de por onde passar as mangueiras de água e a energia.
Caline!/Porcaria! Eu tinha medido tudo e cabia nas prateleiras! Como é que só tem lava-louças imensas que não cabem?! Depois de me lamentar e chorar a noite inteira (Buaaaaa!! Buaaaa!!!), eis que no dia seguinte a Santa Mônica vem com a solução! -Tem um lava-louças portátil no Canadian Tire! -Onde, que eu fucei o site todo e não achei nenhuma?! -No jornalzinho! E não é que era justamente a marca e modelo que eu tinha usado como referência de tamanho! Danby DDW497W. E melhor que custou menos que os outros. Só 250$.
Hoje vi que é a mesma marca do nosso condicionadorzinho de ar de 100$, que desinstalei e guardei hoje. Corremos para o Canadian Tire para comprá-lo imediatamente antes que o estoque acabasse. Se você marcar a sua loja de preferência, o site diz se tem ou não em estoque.
Comprado e problema resolvido! Pantoute!/De jeito nenhum! (Nota do tradutor: Pantoute é um regionalismo québécois da expressão "pas du tout"). Quem disse que ela cabe no porta malas?! Mas ao menos cabia no banco de passageiros, só que tomava o lugar de alguém. A Mônica preferiu voltar de metrobus 802 e a Lara quis ir com ela, ao invés de esperar eu ir e voltar para pegá-los. Chegaram somente uns 5 minutos depois de nós! Tempo de espera na parada: 0 minutos!
Bom, desembalado o produto, quem disse que eu entendia o que diachos era uma peça que juntava a entrada com a saída de água?! Como é que eu vou juntar a entrada com a saída em apenas uma conexão? Depois de ler o manual mal explicado tanto em inglês, em francês quanto em espanhol, eu entendi que era para atarrachar na torneira da pia e a água saia por baixo da peça e caia na pia. Ahh! Mas eu não tenho pia e sim as conexões da máquina de lavar roupas, que inclusive já estavam ocupadas com essa. Para completar, as mangueiras são bem curtas porque foram feitas para ligar na torneira da pia. Ai, ai, ai!
Solução?! Home Depot! O shopping do lar. O "Tem de Tudo" de Fortaleza virou um tem de nada na frente dele! É imenso! Tem muita coisa de macenaria, como era de se esperar. Quando nós tivermos a nossa casinha... Depois de gastar meu francês entre tuyau/mangueira ou tubo, /a letra T, i grec/a letra Y, coude/cotovelo, trois quart de pouce/três quartos de polegada e outros termos específicos de plomberie/hidráulica (eu já tinha estudado-os antes de ir para lá), o cara me deu exatamente tudo que eu precisava, bem bizurado.

Agora sim, né? NÃO! A merde (nota do tradutor: Essa está fácil!) do cano de saída de água da lavadora de roupas é mais fino que o tamanho padrão de 1½" ou un pouce e demi/uma polegada e meia. Voltei lá e o cara quase que me disse: -Xi!!! Se f...undiu! Mas a educação canadense o fez dizer simplesmente que não tinha solução para o meu problema. Entrei no modo gambiarra bem ao estilo brasileiro. Achei um redutor de borracha com presilhas vissé/parafusadas que ficam por fora dos canos. O cara disse: Pode tentar, mas acho que vai vazar.
A solução quase deu certo, porque a mangueira da lavadora de roupas entra muito no Y e obstrui a saída de água da lava-louças. Agora vou procurar algo para encompridar o cano da lavadora de roupas, mas já estamos usando ambas mediante comutação manual. Se errarmos a mudança, o vizinho de baixo não vai ficar nada contente!

Essa lava-louças é menor do que a que temos no apartamento do Brasil, mas como a energia aqui é absurdamente barata, podemos acumular a sobra de uma lavagem para juntar com a próxima ou outras formas de contornar a lavagem manual.
Isso não evita termos que lavar algumas coisas como panelas grandes, mas já ajuda muito. Eu particularmente não acho nada legal lavar a louça, até porque me dá dor nas costas e também água bem quente da máquina esteriliza a louça e reforça a limpeza.
Eu começei por essa postagem para dar mais suspense para a parte mais interessante, que é o robô que varre e lava o chão, na segunda parte desse assunto.

Defeito na chave comutadora de estações


Só pode ter algum defeito na chave comutadora de estações de São Pedro. Um mal contato, sei lá! Quando chega perto de mudar de estação ou depois dessa, sempre dá uma variada maluca no clima. Estava fazendo uma faixa de temperatura muito agradável, de 13 a 23˚ e eu estava adorando. Mas para o meu desespero (exagerado!), tivemos outra canicule/onda de calor. Ainda bem que o condicionador de ar (esse é o nome certo! Ar condicionado é o que sai dele, viu?) ainda está instalado na janela. Imaginem subir um kilômetro e meio de ladeira de bicicleta no sol quente com sensação térmica de 40˚! (Nota do editor: E porque você não vai trabalhar de ônibus?) Bem, eh...bom... acho que é porque sou mazoquista mesmo!
Mas curiosamente, mesmo fazendo os mesmos 40˚ de sensação térmica, não achei essa canicule tão quente quanto a outra. Vai ver o pico foi igual, mas a média não.E durou acho que um pouco menos que uma semana, enquanto a outra teve mais alguns dias.
Outra loucura foi a visita do Earl por essas bandas. O que?! Você não conhece o Earl?! Foi um ouragan/hurricane/furacão que começou lá pelos Estados Unidos e veio enfraquecendo e varrendo a costa leste até aqui. Quando digo aqui, estou falando de Nouvelle-Écosse/Nova Scotia (nota do tradutor: Porque em inglês se usa "nova" do latin e em francês não?), Nouveau-Brunswick/New Brunswick e afins. Deu ventos de 135Km/h e muita chuva. Mesmo ficando a uns 1000Km de distância de carro daqui para Halifax, respingou aqui. Choveu um pouco de manhã. À tarde, passei umas duas horas no parque para gastar as pilhas da molecada e estava fazendo uns 18 graus, mas tinha rajadas de vento de uns 55Km/h e o céu ficava com um cinza bem escuro. A sensação era de estar bem mais frio. Muitas folhas secas do parque chegaram a subir alto, fazendo um efeito interessante.
E por falar em folhas secas, para o meu espanto a queda das folhas começaram por volta do dia 20 de agosto, que é mais ou menos um mês antes do outono. Ainda estamos no dia 5 e as árvores já têm tons amarelados, alaranjados, avermelhados, aroxeados e amarronzados (essa última palavra eu não sei se existe, mas vai assim mesmo), e tem muita folha seca no chão. Um amigo meu disse que varia muito e tem a ver com mais com o sol que com a temperatura. Agora o sol está se pondo às 19h20.
Amigos meus dizem que o outono é a mais linda das estações. Estou na espectativa. Vai ser uma estação com muitas fotos e espero que sem mais surpresas "calorosas" de verão, né, São Pedro?